Congestionamentos são responsáveis por 25% do preço da passagem de ônibus
Por Lúcia Rodrigues
Estudo do Ipea, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada do governo federal, aponta que o preço da tarifa dos ônibus subiu 67% acima da inflação no período de 12 anos. De janeiro de 2000 a dezembro de 2012 o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Ampliado) teve alta de 125%, enquanto as tarifas subiram 192%.
A pesquisa revela ainda que nesse período o preço dos combustíveis ficou três pontos percentuais abaixo da inflação e que o acesso ao transporte privado também ficou mais barato. O gasto com veículos próprios, que inclui além da compra de carros e motos, despesas com manutenção, teve alta de apenas 44%, percentual bem abaixo da inflação.
Para o Ipea, as famílias mais pobres foram as mais penalizadas com o aumento dos gastos com transporte público. O impacto médio na renda familiar desse grupo atingiu 13% de seu orçamento. Na média que incluiu todas as faixas de renda, esse número ficou em 3,4%.
Alternativa
Na Europa a arrecadação tarifária é diferente da brasileira. Menos de 50% das receitas do sistema de transporte coletivo são obtidas com o pagamento de passagens. O financiamento se dá por meio de subsídios do orçamento público e de outras receitas.
O estudo do Ipea divulgado este mês recomenda que donos de veículos passem a contribuir para o financiamento do transporte público.
Pela pesquisa, a mobilidade urbana é afetada em grande medida pelo aumento de carros nas ruas. Na década de 1990, o órgão apresentou estudo que demonstrava que 16% do reajuste no preço da passagem estava ligado aos congestionamentos. Hoje, esse percentual atinge 25% do valor da tarifa.
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