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26 de Abril de 2024

Greve começa nas universidades federais

Por Hélcio Duarte Filho

A greve nas universidades públicas federais do país começou. Os técnico-administrativos de muitas instituições pararam já na segunda-feira (17), mas há universidades que devem aderir ao longo desta semana. O crescimento da mobilização nas universidades pode ser fundamental para que outros setores do funcionalismo avancem na construção da campanha salarial e de possíveis movimentos paredistas.

O Comando Nacional de Greve da categoria foi instalado em Brasília, na sede da Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativo em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil), mas ainda não divulgou dados sobre a paralisação. O início da greve, que já havia sido aprovado em assembleia, não chegou a ser tranqüilo. Antes mesmo de o movimento começar, setores ligados à CUT e ao governo que atuam na organização sindical do setor defenderam suspender a paralisação.

O documento com esse ponto de vista saiu logo depois de o governo apresentar, às vésperas da greve, uma contraproposta às reivindicações da categoria. Foi oferecido aos servidores avanços pontuais referentes ao último acordo de greve, assinado em 2012. Mas nada referente à reposição ou reestruturação salarial. Nas assembleias realizadas nos primeiros dias da semana, as duas posições iniciar ou não a greve foram apresentadas e debatidas. A manutenção da decisão de parar, porém, prevaleceu.

O argumento central do documento que defendia o fim da greve antes dela começar assinado pela Oposição Cutista, Tribo e outros setores próximos ao governo é de que não haverá espaço para avanço nas negociações e que a greve é isolada. O que temos que compreender é que a única proposta que atingiria a base como um todo seria a de reajuste geral, a partir do piso, o que está fora de cogitação, pois a federação assinou um acordo de greve 2012 que vale até março de 2015, diz trecho do texto. Neste ponto, fazendo coro com a posição do Ministério do Planejamento, que tenta usar o reajuste parcelado de 2012 para congelar as negociações nestes três anos.

Ao final, os sindicalistas da CUT mencionam as ameaças do Ministério da Educação de não manter nem o que já foi apresentado caso a greve seja iniciada, algo sempre improvável em movimentos deste tipo. Indicamos aceitar a proposta apresentada pelo governo, resultado da negociação com a Fasubra e suspendermos a greve específica. Não podemos vacilar, pois se perdermos será vitoriosa a política do 8 ou 80, ou seja, do tudo ou nada (...). Importante levar em consideração as palavras do Ministro da Educação Henrique Paim de que não será possível sustentar esta proposta com a greve em curso. Traduzindo, todos estes avanços estão condicionados a suspensão da greve.

Mas a greve foi mantida mesmo em universidades nas quais a direção do sindicato local integra os setores que assinaram o documento pela suspensão do movimento. Foi o caso da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), uma das maiores do país, que aprovou a greve numa assembleia que reuniu mais de 800 servidores. Os dirigentes do sindicato distribuíram o texto contra a greve, mas não chegaram a defender isso nos discursos.

Não houve esforço da direção do sindicato, porém, para assegurar a participação de todos na decisão. Ao contrário, foram seis horas de assembleia, atrasada por um processo muito lento de coleta de assinaturas dos presentes. Com quase quatro horas de assembleia, quase a metade do presentes não havia assinado a lista o procedimento era vital para aprovar a greve porque uma recente modificação no estatuto do sindicato exige quórum mínimo para isso. A categoria resistiu, permaneceu no local e ergueu os braços para aprovar o início da greve contra vontade do governo e da CUT.

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