Trabalhadores exigem revogação das MPs de Dilma

Com informações e fotos da CSP-Conlutas (*)

Trabalhadores e trabalhadoras de todo o país se mobilizaram nesta quarta-feira, 28, no Dia Nacional de Lutas por empregos e direitos, convocado pelas centrais sindicais. Em 18 estados a população foi às ruas para exigir da presidente Dilma Rousseff (PT) a revogação das medidas provisórias 664 e 665/2014, que reduzem benefícios como seguro-desemprego, pensão por morte e abono salarial, entre outros direitos.

As mudanças atacam e reduzem direitos históricos dos trabalhadores, tanto da iniciativa privada como dos servidores públicos. O ato, convocado pelas centrais sindicais, contou com uma forte coluna da CSP-Conlutas.

Em São Paulo, o Sintrajud participou da manifestação que começou às 10h no vão livre do Masp, na Avenida Paulista. Cerca de 3 mil pessoas lotaram a avenida, com faixas, cartazes, balões, bandeiras e apitos. Dilma, que vergonha! Atacar as pensões das mulheres, dizia uma das faixas. Os manifestantes saíram em passeata até a Petrobrás, onde a manifestação foi finalizada.

A manifestação foi um primeiro passo e é importante que continuemos numa unidade para enfrentar os ataques que o governo vai fazer à classe trabalhadora, disse Inês Leal de Castro, servidora da JT e diretora do Sintrajud.

Revogação imediata

Quem tem que pagar pela crise não somos nós; quem tem que pagar pela crise são os patrões, a burguesia e os bancos, que ganham com a exploração dos trabalhadores, afirmou Herbert Claros, vice-diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e dirigente da CSP-Conlutas. Nós não queremos reforma nas medidas provisórias, nós queremos a revogação imediata, o fim delas, pois só assim a juventude e os trabalhadores terão direito a um futuro digno no nosso país.

Diversas entidades sindicais e movimentos sociais participaram do protesto, como o Movimento Mulheres em Luta, a Assembleia Nacional de Estudantes Livre e a CSP-Conlutas. Entre os sindicatos, além do Sintrajud estiveram presentes: Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal do Estado de São Paulo (Sindsef-SP), Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) e Sindicato dos Metroviários de São Paulo, que está em luta pela reintegração dos 42 metroviários demitidos na última greve da categoria.

Trabalhadores que vieram em caravana de São José dos Campos traziam nas mãos pirulitos com a exigência: Dilma, tire a mão dos nossos direitos. Revogação das medidas provisórias 664 e 665. Entre outros integrantes, compuseram a caravana trabalhadores organizados pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, além de membros da Associação Democrática dos Aposentados e Pensionistas do Vale do Paraíba (ADMAP) e do Movimento Mulheres em Luta.

Outros estados

No Rio, a manifestação ocorreu à tarde, na entrada da Central do Brasil, local de grande fluxo de trabalhadores. Participaram cerca de 300 pessoas. É importante a realização desse ato, mas só esse ato não vai dar conta do ataque voraz dos governos, precisamos de mais e maiores mobilizações, disse Júlio Condaque, dirigente da CSP-Conlutas.

Em Belém, o Dia de Lutas mobilizou operários da construção civil, professores, bancários, servidores Federais e estaduais e trabalhadores terceirizados do setor de telecomunicações, entre outros.

Eles se concentraram desde cedo na escadinha do Porto para participar da passeata que percorreu duas das principais avenidas da capital paraense, a Presidente Vargas e a Nazaré, até o Centro Integrado do Governo (CIG). Estudantes da Anel e integrantes do Movimento Mulheres em Luta e do Quilombo Raça e Classe também participaram do ato.

Sete obras da construção civil da região metropolitana foram paralisadas por 2 horas, em protesto contra as MPs.

Em Curitiba, os trabalhadores se reuniram na Praça Santos Andrade, em frente ao prédio do INSS. A capital paranaense também teve o terceiro dia da greve de motoristas e cobradores de ônibus, além de uma paralisação dos metalúrgicos, que protestam contra as demissões nas montadoras.

Veja aqui a galeria de fotos da manifestação em São Paulo.

(*) Colaborou Hélcio Duarte Filho, do Rio